O QUE É?

São condições médicas caracterizadas pelo uso problemático de substâncias psicoativas, como álcool, tabaco, maconha, cocaína, opioides e outras drogas. Esses transtornos podem ter um impacto significativo na saúde física e mental do indivíduo, bem como em suas relações sociais e desempenho ocupacional.

Os transtornos por uso de substâncias envolvem o consumo excessivo e contínuo de substâncias psicoativas, apesar das consequências adversas que isso pode causar. Esses transtornos são caracterizados por sintomas como a incapacidade de controlar o uso da substância, uso contínuo mesmo com problemas físicos ou psicológicos relacionados ao uso e aumento da tolerância à substância.

EPIDEMIOLOGIA

Os transtornos por uso de substâncias representam um importante problema de saúde pública em todo o mundo. Estima-se que cerca de 5% da população mundial entre 15 e 64 anos tenha usado uma droga ilícita pelo menos uma vez no último ano. O álcool é a substância mais amplamente consumida, com taxas de consumo variando significativamente entre os países.

COMORBIDADES

Os transtornos por uso de substâncias frequentemente coexistem com outros transtornos mentais, como depressão, transtorno de ansiedade, transtorno bipolar e transtornos de personalidade. Essas comorbidades podem complicar o quadro clínico e o tratamento, exigindo uma abordagem integrada e abrangente.

TRATAMENTO

O tratamento dos transtornos por uso de substâncias envolve uma variedade de abordagens, incluindo tratamento farmacológico e não farmacológico.

• Tratamento farmacológico: O tratamento farmacológico pode ser usado para ajudar a reduzir os sintomas de abstinência, diminuir os desejos pela substância e prevenir recaídas. Medicamentos como os agonistas opioides (por exemplo, metadona), os antagonistas opioides (por exemplo, naltrexona), e os agonistas parciais de opioides (por exemplo, buprenorfina) são usados no tratamento da dependência de opioides. Para o alcoolismo, medicamentos como o dissulfiram, a naltrexona e a acamprosato podem ser prescritos. No tabagismo temos a Vareniclina, Bupropiona e a terapia de reposição a nicotina (gomas, pastilhas e adesivos). Demais substâncias não existem um consenso, mas muitas vezes utilizamos estabilizadores de humor no tratamento.
• Tratamento não farmacológico: O tratamento não farmacológico inclui terapias comportamentais, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que visa modificar padrões de pensamento e comportamento relacionados ao uso da substância, e a Terapia de Grupo, que oferece suporte e educação em um ambiente de grupo. Programas de reabilitação e aconselhamento também são componentes importantes do tratamento não farmacológico.

Mudanças no estilo de vida, como reinserção ao mercado de trabalho, cursos, atividade física regular, bom padrão de sono e uma boa rede de apoio são primordiais no processo de recuperação.

É importante que o tratamento dos transtornos por uso de substâncias seja personalizado para atender às necessidades individuais de cada paciente, levando em consideração fatores como o tipo de substância usada, a gravidade do transtorno e a presença de comorbidades. O apoio familiar e social também desempenha um papel fundamental na recuperação do paciente.